SABOR DE HORTELÃ

Passeávamos de mãos dadas
na bela praça daquela cidade,
enquanto não chegava a hora
do almoço na casa onde estávamos.

A fome já nos atormentava
porque tínhamos saído bem cedo
para viajar, sem tomar nem o café
e já passavam das quatorze horas.

De repente enfiei a mão no bolso
e encontrei uma bala de hortelã,
era apenas uma e resolvemos
não dividi-la e chupa-la juntos.

Começamos a passar a balinha
de boca a boca com as línguas,
com gostosos beijos nos intervalos
e nos esquecemos da maldita fome...

Lupércio Mundim

<< índice - página 04 - página 05 >>