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PROFESSOR E A ALUNA
Início do ano letivo. A classe, em polvorosa, aguardava a entrada do professor
de Português.
As meninas haviam ouvido falar que o professor era um tipo muito alinhado...
vinha precedido de uma fama muito grande... que era dotado de um espírito muito
romântico... quando declamava poesias de amor, arrancava suspiros dos
coraçõezinhos sedentos de amor... de palavras amorosas.
Eugênio Queiroz, era seu nome...alto, olhos azuis, cabelos ligeiramente
grisalhos nas têmporas, realmente tocava fundo na imaginação das
garotas...por outro lado, os rapazes, num muxoxo de desagrado, procuravam
menosprezá-lo... diziam que lhe faltava macheza...pois um cara romântico, que
declamava poesias com muito sentimento, não poderia ser... ora... essas meninas
são umas bobocas, diziam ressabiados.
Desde o primeiro dia de aula, Raquel deixou-se levar pelo charme de Eugênio.
Mirava-o apaixonadamente...sonhava por perder-se em seus braços...imaginava-se
trocando beijos apaixonados...e o que mais permitia sua virginal imaginação.
Por seu lado, Eugênio procurava manter sempre a compostura, pois, sabedor dos
sentimentos que despertava nas meninas, procurava sempre agir com a seriedade
que seu cargo exigia, e, quando alguma garota procurava se insinuar...ele
prontamente a repelia com todo o tato possível, para não ferir
susceptibilidades.
Porém Raquel...Ah! Raquel era especial... tinha um não sei o que a despertar
sentimentos adormecidos no coração de Eugênio, já viuvo há alguns anos.
Contudo, seu senso de responsabilidade não lhe poderia permitir tais
veleidades... afinal... era professor, e Raquel, sua aluna...uma grande barreira
a separá-los.
Raquel, cada vez mais enamorada, a cada aula mais sonhava. Quando o professor
começava a declamar uma poesia de amor, mais se deixava levar pela imaginação
fértil. Fitava-o nos olhos...perdidamente enamorada. Mais não ousava, e
sofria, quando via suas colegas procurando se insinuar junto ao mestre.
Pensava...e se ele ficar mais atraído por alguma delas...são tão bonitas... e
as garotas procuravam cada vez ser mais ousadas. Cruzando as pernas, procuravam
expo-las ao máximo... sem sucesso, porém, e os rapazes cada vez mais o viam
como não apreciador das garotas. Diziam: Essas piranhas tão dando o maior
mole, e o cara nem quer saber. Vai que é bicha.
Eugênio, espírito realmente romântico, sentia-se cada vez mais atraído pelo
jeito meigo, discreto de Raquel... Também ele começou a imaginar coisas... Contava
as horas que o separavam da aula...daquele tormento de aula... daquela
tentação de saias, chamada Raquel, doce criatura a reviver todo o amor que
ainda morava em seu coração e que o sofrimento da perda de sua esposa havia
deixado empedernido.
Os sentimentos afluíam. Raquel, cada vez mais enamorada, sentia-se quase
desfalecer a cada vez que Eugênio a fitava nos olhos. Quanta emoção havia
naqueles olhares. A tímida Raquel sentia o orvalhar do amor somente de sentir o
olhar penetrante do mestre, e imaginava como seria o momento da entrega
definitiva. Tanto ouvira falar da magia desse momento, tanto desejava sentir o
desejo saciado, que chegava a doer seu coração enamorado.
Corria o mês de Novembro...aproximava-se o fim do ano, e com ele, o término
das aulas. Prazo realmente fatídico para o que platônico amor de Eugênio e
Raquel tomasse outros rumos.
Ambos desesperavam-se. Não poderiam simplesmente dizer um adeus... assim, sem
nada... porém como encontrar um maneira de saciar os desejos secretos e
incontidos ? Ambos tímidos em demasia.
Raquel constantemente recriminava-se por não ser atirada como as outras
meninas, que só faltava jogarem-se nos braços do mestre. A garota sofreu
atrozmente quando as colegas a convidaram para participar do “bolão”, que
seria ganho por quem conseguisse seduzir o professor...
Finalmente o acaso... sempre o acaso a colaborar com o amor fez sua parte.
Eugênio resolveu sair uma tarde, após uma interminável correção de provas,
para dar uma volta e esfriar a cabeça. Estava tomando um refrigerante quando se
sentiu observado... instinto dos apaixonados... olhou para o lado, e então lá
estava a bela e tímida Raquel, cada vez mais doce... mais desejável.
Da troca de olhares, o amor surgiu irresistível, forte... agora não havia mais
a barreira da sala de aula, nem da presença das colegas. Um toque de mãos teve
o efeito de um choque elétrico. Pronto, uma corrente de amor e desejo tanto
tempo contidos, rompeu todas as barreiras.
Eugênio convidou a garota para visitar seu apartamento. A menina a princípio
relutou, dizendo ser ainda virgem. Tal declaração deixou Eugênio ainda mais
excitado. Garantiu que poderia ir sem susto, pois ele seria bastante delicado.
Realmente, proporcionou uma primeira vez inesquecível para a menina. Sem pressa
alguma, despiu-a lentamente, e começou por acariciar-lhe o corpo todo com
movimentos bem lentos. A garota já nem sabia mais onde estava, tão grande era
sua excitação. Pediu então: Quero tudo, tudo...
Ante tal apelo, ele iniciou a penetração com todo cuidado, para não
machucá-la. Levou-a ao ponto máximo do prazer que foi tão grande e nem mesmo
sentiu a dor natural do rompimento do himem.
Finalmente conseguiram dar vazão aos sentidos... concretizaram o amor
impossível... que surgira timidamente numa suave troca de olhares, e que,
vencendo as barreiras das diferenças entre ambos, revelou-se magnífico em seu
esplendor total.