Sonho Perdido

Num só ato calculado,
sem crime e sem sangue,
você rasgou meu coração
que tombou despedaçado na rua.

Meu corpo estremeceu
com o impacto do golpe,
apesar de todo o seu cuidado
um punhal não teria me ferido tanto.

Fiquei ali, sentado no carro,
por uma eternidade inteira,
nos despedimos e você foi embora
mas não acreditava no que acontecera.

Ouvi os ecos dos nossos risos,
vi cada sorriso que você me deu,
senti seus beijos e carícias que,
perdidos, não os receberei jamais.

Lembrei-me de tudo que conversamos,
de tantas promessas e juras de amor,
dos planos de lindos passeios e viagens
que agora são ecos de um sonho perdido.

Lupércio Mundim

<< índice - página 06 - página 07 >>